Diva dos palcos é a mestra de cerimônias do Risorama, pioneiro em stand-up no Brasil, que reúne elenco estelar de comediantes como Danilo Gentili, Carioca e Victor Sarro

Pioneiro no formato stand-up comedy, o Risorama – Inimigos do Mau Humor – está completando 21 anos no 33º Festival de Curitiba, sem perder o espírito democrático, o improviso artístico e a irreverência como marcas autorais. Nessas duas décadas, muitos nomes foram lançados e apadrinhados pelo Risorama como Nany People, a mais longeva mestra de cerimônias, que marca presença desde a primeira edição.
O Risorama acontece na Live Curitiba de 27 de março a 1º de abril. Esta semana, foram confirmados na programação ninguém menos que Carioca, Danilo Gentili e Victor Sarro. Os ingressos estão à venda pelo site e na bilheteria física do Shopping Mueller.
Diva dos palcos e da televisão, Nany People dispensa apresentações. Completando 60 anos de vida e 50 de carreira, a comediante acaba de participar do programa musical The Masked Singer Brasil, da Rede Globo, dando vida à vilã Nazaré Tedesco. Nos dez primeiros anos do Risorama, Nany foi sua mestra de cerimônias, posto que retomou nas últimas edições. Além disso, coube à Nany a tarefa de apresentar a cerimônia de abertura do Festival de Curitiba em 2024.

“A comédia nos escolhe. E geralmente acontece com pessoas que, na infância, são segregadas. Quando o Risorama começou, eu tinha 39 anos; hoje, vou fazer 60. E o Risorama mudou minha história de vida, meu percurso pessoal e profissional. Eu estava na noite, mas sentia que já não rendia mais como nos anos 1990. As pessoas estavam parando de prestar atenção nos shows para se ligar na questão sensorial, dos sons e músicas. E sentia que alguma coisa estava ficando fora da ordem”, recorda Nany, em entrevista ao podcast Risoverso, que celebra os 20 anos do Risorama.
Tendo como anfitrião o humorista Diogo Portugal, um dos pioneiros do stand-up comedy no Brasil, o Risorama é o primeiro evento do segmento no Brasil, misturando variados estilos de humor e os melhores humoristas do país. Com seu formato de “grande comedy club”, os participantes acompanham um pout-pourri com a possibilidade de serviço de bar em mesas compartilhadas.
“Marcelo Médici, que foi o primeiro curador do Risorama, me ligou dizendo que fariam uma mostra de stand-up comedy no Festival de Curitiba. Eu nem sabia o que era stand-up – apesar de já fazer, na prática -, mas conhecia o Festival, tinha vindo em 1998 com um espetáculo de Brecht, Um homem é um homem, no Guairão. E estava num momento intempestivo em minha vida, fazia menos de dois meses que havia perdido minha mãe. O Risorama foi o que me ajudou a me levantar da depressão, através do humor”, conta Nany.
A comediante destaca que o Risorama a ajudou a se reinventar como profissional, como pessoa e marcou sua retomada pessoal. “Eu ainda não era uma mulher trans, estava em transição, era uma drag queen, e Curitiba me recebeu de braços abertos. Foi o Risorama que me transformou em humorista, me deu essa patente. Tem uma geração de público que cresceu me vendo no Risorama.”
“A gente tinha atrações vindas do Terça Insana, que estava no auge, e a Nany People era nossa maior celebridade na época, conhecida nacionalmente pelo Programa da Hebe. O Danilo Gentili fez Risorama com a gente antes de ir para o CQC. São algumas das atrações que nós lançamos“, relembra Diogo Portugal.
